28.12.06
23.11.06
18.10.06
(O que não te digo)
13.10.06
A recusa...
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda
11.10.06
9.10.06
Cansei...
7.10.06
4.10.06
30.9.06
Ilusão
27.9.06
o segredo
19.9.06
o sorriso...
sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz lá dentro,
apetecia entrar nele,
tirar a roupa,
ficar nu dentro daquele sorriso.
Correr,
navegar,
morrer naquele sorriso."
(Eugénio de Andrade)
18.9.06
como um abraço... (contra...senso...)
nenhuma luz nos avisou
muros de silêncio derrubados
(pela vileza de uma voz
que afinal nos aproximou!)
agora sonhamos dois
estou permanentemente nos teus lábios e já chamo meus os teus olhos,
verdes de tanto te esperar
(posso permanecer no teu abraço?)
perdi-me ao entrar em ti e agora sou como tu:
procuro nos livros cujo mistério fica ao virar da página
(nunca viste nisto sinais de perigo?)
entro
abro-te os braços e também tu entras em mim, doce e sereno
pode fazer-se noite
pois é no brilho das estrelas mais tardias que passeamos de olhos nos olhos,
nos abraçamos
e somos
UM
8.9.06
Hoje... hoje escrevo para ti!
(sorris sempre quando te falo a sério...)
Embriago-me do odor do teu pescoço
e o teu coração bate mais forte,
fazendo do teu tempo as minhas asas.
A ideia dos teus dedos
encosta-se ao meu peito,
intensa e tranquila,
qual abraço
com que me erguesses do chão.
Que mistério
posso contar-te
que tu não saibas já?
Se apertas as minhas mãos
fico completamente dentro de ti,
e adormeço.
Que mistério
posso contar-te
que tu não saibas já?
Minha alma!
27.8.06
13.7.06
12.7.06
" Ao teu encontro - um olhar "
11.7.06
N.U.A. de novo...
Olavo Bilac
6.7.06
Intimamente
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti.
23.6.06
A poesia não tem pátria...
10.6.06
O amor que sinto...
O amor que sinto
é um labirinto.
Nele me perdi
com o coração
cheio de ter fome
do mundo e de ti
(sabes o teu nome),
sombra necessária
de um Sol que não vejo,
onde cabe o pária,
a Revolução
e a Reforma Agrária
sonho do Alentejo.
Só assim me pinto
neste Amor que sinto.
Amor que me fere,
chame-se mulher,
onda de veludo,
pátria mal-amada,
chame-se "amar nada"
chame-se "amar tudo".
E porque não minto
sou um labirinto.
(José Gomes Ferreira)
4.6.06
Desespero
Não eram meus os olhos que te olharam*Nem este corpo exausto que despi*Nem os lábios sedentos que poisaram*No mais secreto do que existe em ti*Não eram meus os dedos que tocaram*Tua falsa beleza, em que não vi*Mais que os vícios que um dia me geraram*E me perseguem desde que nasci*Não fui eu que te quis*E não sou eu*Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto*Possesso desta raiva que me deu*A grande solidão que de ti espero*A voz com que te chamo é o desencanto*E o espermen que te dou, o desespero. ****
José Carlos Ary dos Santos
8.5.06
N.u.a. (da cor da esperança)
5.5.06
Luz... da Lua...
16.4.06
(Quem poderá dizer?)
....
....
....
"Though nothing can bring back the hour of splendour in the grass,of glory in the flower,we will grieve not,rather find strength in what remains behind."
....
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....
ESPLENDOR NA RELVA
Eu sei que Deanie Loomis não existe
mas entre as mais essa mulher caminha
e a sua evolução segue uma linha
que à imaginação pura resiste
A vida passa e em passar consiste
e embora eu não tenha a que tinha
ao começar há pouco esta minha
evocação de Deanie quem desiste
na flor que dentro em breve há-de murchar?
(e aquele que no auge a não olhar
que saiba que passou e que jamais
lhe será dado a ver o que ela era)
Mas em Deanie prossegue a primavera
e vejo que caminha entre as mais
Ruy Belo, O Bosque Sagrado
(colectânea de poemas sobre cinema)
24.2.06
Regresso, ou talvez não
De tantas saudades,
Os gritos são como as penas,
demoram a coroar a luz.
A tua nudez impede-te
de olhar nos olhos a distância.
Abandona-te.
Sem pensar.
CANÇÃO
Tinha um cravo no meu balcão;
veio um rapaz e pediu-mo
- mãe, dou-lho ou não?
Sentada, bordava um lenço de mão;
veio um rapaz e pediu-mo
- mãe dou-lho ou não?
Dei um cravo e dei um lenço,
só não dei o coração;
mas se o rapaz mo pedir
- mãe, dou-lho ou não?
(Eugénio de Andrade)
9.1.06
6.1.06
(Não digas nada...)
(Fernando Pessoa)
Não digas nada!
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender
- Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.