7.10.06



Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.
Agora retrocedo, leio os versos,
Conto as desilusões no rol do coração,
Recordo o pesadelo dos desejos,
Olho o deserto humano desolado,
E pergunto porquê, por que razão
Nas dunas do teu peito o vento passa
Sem tropeçar na graça
Do mais leve sinal da minha mão...
(Miguel Torga)

1 comentário:

Anónimo disse...

Sentar-me-ei todos os dias no banco deste jardim, corpo sem alma, num verde que já não existe, cujo vento me roça o rosto para me limpar as lágrimas que caem sem o mais leve sorriso, recordando o que ficou para trás...e tudo o que me deixaste, até o mais leve sentir da tua mão na minha mão, na ternura dos momentos que ficarão gravados no meu peito...e aqui ficarei sentado ainda com uma réstea de esperança que o verde floresça e de novo possa sentir o teu respirar no meu rosto...ghost4ever