22.5.07

Como se eu pudesse ser apenas (a tua alma presa na vaidade!)



Do murmúrio dos pássaros,
não quero ouvir falar!

Do perfume da erva molhada,
não quero ouvir falar!

Da doçura da tua pele de amêndoa,

não quero ouvir falar!

Do brilho místico dos teus olhos peregrinos,

não quero ouvir falar!

Do sabor (a sangue) dos teus lábios reservados,


não quero ouvir falar!



te esperei para me aninhar
como o riso de um menino no regaço da mãe

te abri em sonhos o meu ventre

como se estivesse em ti o meu repouso.

.

Sou.
Procura-me (apenas) nos momentos de saudade

dos olhares entrelaçados.

Procura-me (apenas) nas verdes lágrimas

dos sentidos serenamente abandonados.

Sou (apenas) uma ideia

ferida de desejo na lucidez das madrugadas.


Enlaço-te!

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