22.5.07

Dolorosamente sóbrio, ébria de ti ( e porque insistes em publicar)


(Sabes o sabor amargo do instante?
Sabes, quando a caricia
em vez da seda
te abre a secura do deserto?
Apenas uma lágrima.
Depois dela a sensatez.
É apenas um copo.
Depois dele o esquecimento.)



Procura-se um rio de ilusões
(chamaste-lhe "instante")e deixa-se fluir
amparado pela paixao das palavras.

Não tu,
que não falas muito!
Eu!
Eu, que me incendeio nelas
Eu que as escolhi
para te seduzir no anonimato.
Ironia do destino:
a dor também é anónima,
porque não te encontra,
não sabe refugiar-se nos teus braços.

A dor está na minha frente,
serena,
destruindo a memória de um corpo rendido.

Vens beber comigo esta dor?

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